PAINEL TEC - Privacidade Hackeada
- Rodney Fernandes
- 31 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de abr. de 2021
Você leu os termos de privacidade quando usou aquele aplicativo que muda a cor do seu cabelo, ou quando acessou um joguinho para ver quem você foi durante o Antigo Egito?

- Todos os dias, ao acessarmos nossos aparelhos eletrônicos, enviamos uns cem números de informações sobre nossos gostos, hábitos, ideais, sentimentos, trajetos, dentre outros, a um destino desconhecido: o espaço virtual. Plataformas digitais, redes sociais e aplicativos captam esses dados e os usam como bem entenderem.
Por exemplo, você leu os termos de privacidade quando usou aquele aplicativo que muda a cor do seu cabelo, ou quando acessou um joguinho para ver quem você foi durante o Antigo Egito? Se sua resposta é não sei ou não li, depois de assistir ao documentário “Privacidade Hackeada” na Netflix, aposto que você terá mais cuidado com os dados que compartilha na Rede. Partindo para o contexto da produção do filme; a história traz um relato sobre o dilema dos bastidores do funcionamento das redes sociais, em que o autor do documentário quis transmitir, a meu ver, o quão obscuro é a visão sob uma ótica não revelada ou que nem se quer damos conta da existência de como os usuários dessas redes são manipulados diariamente.
A estrutura apresentada no filme, nos leva a quase uma viagem do cotidiano real mascarado no contexto virtual, criando quase que um mundo paralelo existente e que muitas vezes é visto como inexistente. Se pararmos para pensar e analisar este tema de forma consciente [fora do âmbito virtual e de suas referências] a que ponto chegaríamos? Respondam por si mesmo, porém, desliguem seus aparelhos.
Como a empresa de marketing digital e análise de dados, Cambridge Analytica, foi capaz de criar métodos, afim de induzir uma gama de eleitores norte-americanos, (sem consentimento) a lhes conceder informações pessoais, via mídia social, Facebook; com a intenção de colher formatos e padrões comportamentais que seriam utilizados para influenciar toda uma campanha presidencial, importante naquele ano de 2016, nos Estados Unidos da América?
O tema é impactante, por sua capacidade em narrar uma grande manipulação de dados, trazendo grandes consequências ao Facebook, levando o CEO Mark Zuckerberg a depor no senado americano, se expondo ao constrangimento e contradições em sua fala sobre tais acontecimentos sobre a extração de dados dos usuários da plataforma. Parece ficção, mas é a realidade que não conhecíamos e que nos manipula em nossas escolhas, desde simples compras até a decisão para a eleição do supremo mandatário de um país.
Essa é a guerra a que estamos expostos se não ficarmos atentos aos direitos de posse e uso dos nossos dados. A comunicação e a tecnologia são as novas armas poderosas dessa guerra que destrói nações, modifica destinos e manipula psicologicamente a sociedade, colocando grupos e pessoas umas contra as outras. A velha técnica de guerra usada por Júlio Cesar na Antiguidade: dividir para conquistar. “Minerar dados pessoais e utilizá-los para polir o ego dos poderosos, tem angariado um valor maior que o petróleo já obteve no século passado” (Rodney Fernandes).
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