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A mudança de postura dos candidatos durante o processo eleitoral
Grande Reportagem
As eleições de 2018 mudaram diversos paradigmas, e podemos enxergar isso nas eleições de 2020. A campanha política foi repleta por notícias falsas e conduzida por uma grande e rápida circulação de informações pelas entranhas do WhatsApp. Parecia que 2020 terminaria assim como começou, um ano atípico de pandemia. Passou-se metade de um ano, enquanto tudo permanecia parado: futebol, shows, festas e até mesmo o contato social. O ano eleitoral permanecia, por conseguinte, também em repouso. As eleições foram adiadas: não havia engajamento. Mais recentemente, a rotina voltou a se tornar realidade. Mas, assim como a pandemia mudou toda essa realidade, também trouxe várias novas abordagens, já que nada pode parar. Isso se traduz na volta do período eleitoral, onde há uma mudança no comportamento dos políticos, assim como na forma como transmitem as suas ideias. Graças a essa paralisação mundial, as campanhas políticas acabaram sendo abafadas. Grandes emissoras como Globo, Record, SBT, entre outras, decidiram não exibir debates eleitorais para o primeiro turno. Essa medida tomada pelas emissoras fez com que os atuais candidatos tivessem de mudar a maneira que fariam suas propagandas políticas. No dia 01/10/2020, a TV Bandeirantes de Comunicação abriu espaço na sua programação para os 10 candidatos de melhor posição nas pesquisas. Nesse momento, muito dos candidatos usaram e abusaram de propagandas referentes a suas mídias sociais como Instagram e Facebook, muito provavelmente porque não teriam tanto tempo para mostrar ao público todas suas propostas. Antes de continuar discorrendo sobre o tema atual, e retomando as eleições de 2018, seria interessante trazer algumas breves informações, de modo a deixar claro a polêmica dos escândalos ocorridos no ano de 2018. Naquele ano eleitoral nos Estados Unidos, toda uma campanha política foi conduzida através de notícias falsas e por uma grande e rápida circulação de informações pelas entranhas do WhatsApp. Em um mundo de manipulação das redes, em campanhas como as de Donald Trump e do Brexit, em que russos são acusados de hackear eleições, não faltaram especulações sobre influências estrangeiras nas eleições brasileiras. No início da lista de conspirações estava a possível interferência da empresa britânica de dados e análise política Cambridge Analytica (CA) e de seu ex-conselheiro Steve Bannon, ex-estrategista do governo americano. Com 120 milhões de usuários, o WhatsApp acabou se tornando um canal decisivo nestas eleições e ficou no centro das investigações da Polícia Federal sobre o disparo irregular de mensagens pela plataforma. Os métodos usados pela Cambridge Analytica ocorreram essencialmente no Facebook, que também detém o WhatsApp. Já era esperado que iriam tropicalizar a estratégia da CA no Brasil. O que vimos acontecer foi o suposto uso de bancos de dados com informações sobre eleitores para (transformar os usuários de WhatsApp em cabos eleitorais virtuais). “É um engano muito grande do Brasil achar que a tecnologia da Cambridge poderia ser importada”, afirmou o Marqueteiro Brasileiro, André Terreta. Ele nega ainda que a Ponte tenha usado o WhatsApp nas campanhas no Amapá e no Maranhão em 2018. No Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral só permite uso de dados de eleitores que os ofereceram conscientemente para este fim a campanhas políticas. Em nota, o WhatsApp explicou que tem banido centenas de milhares de contas durante o período das eleições e listou outras iniciativas em resposta às investigações da PF. Mas não comentou se havia indícios de que outras campanhas fizeram mau uso da plataforma ou se aplicaram métodos semelhantes aos da CA.
Abordagem de campanha dos principais candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo
Em relação a candidatura à cidade de São Paulo, podemos ver políticos lidando com suas campanhas seguindo as mais variadas abordagens. Temos diversos perfis, que vão desde figuras tarimbadas dentro da política brasileira, usando do já conhecido nome dentro da sua "propaganda", a até mesmo jovens que vem ganhando influência na internet, e que possuem experiência e ascensão relativamente recente dentro do cenário político brasileiro. A estratégia que vem cada vez ganhando mais força é a do uso das redes sociais, algo que vem dando força até mesmo para candidatos que não são de grandes partidos, ou que possuem grande investimento em suas campanhas. Por exemplo o candidato Artur do Val, que usa quase que minimamente da verba pública destinada pelo governo. Segundo a pesquisa de opinião "Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internet", realizada pelo instituto DataSenado no ano de 2018, durante as eleições presidenciais, quase metade das 2,4 mil pessoas entrevistadas afirmaram ter decidido o voto a partir de informações obtidas através das redes sociais. A principal fonte, segundo o levantamento, é o WhatsApp.
Em contraposição, nem sempre campanhas com um investimento pesado ainda "rendem" diversos votos. Isso se evidencia na candidatura com a segunda maior verba pública, destinada ao candidato Jilmar Tatto, do Partido dos Trabalhadores. Segundo a última pesquisa feita pelo IBOPE, até o momento da reportagem, o candidato do PT possui apenas 4% das intenções de voto, sendo o quinto colocado nas pesquisas, e empatado tecnicamente com o candidato Artur do Val (Patriota), que, como já dito acima, quase não conta com verba pública. Dentre os candidatos com perfil jovem, destacam-se o ativista Guilherme Boulos (PSOL), que também já foi candidato a presidência da República em 2018, além do já citado Artur do Val (Patriotas).
A corrida entre os 3 principais candidatos
Guilherme Boulos - Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Após ter, em 2018, o pior desempenho da história do PSOL em uma eleição presidencial, com apenas 0,58% do total de votos válidos, Guilherme Boulos volta a ser a principal aposta do partido, desta vez nas eleições de São Paulo. Naquele ano, Boulos chegava como a opção mais jovem dentre os candidatos que tentavam chegar ao Planalto, tendo apenas 36 anos. Já no ano de 2020, ele demonstra chegar com mais peso em sua candidatura. Segundo levantamento realizado pela revista Exame, usando a ferramenta "CrowdTangle", durante as eleições presidenciais, Guilherme Boulos tinha uma taxa de interação de 0,32% em suas redes sociais. Além disso, possuía "apenas" cerca de 286 mil seguidores no Facebook. Já no presente momento, Boulos acumula pouco mais de 847 mil seguidores em seu Facebook, além de 1,2 milhão de seguidores em sua página no Instagram. Para efeito de comparação, desde o início do período eleitoral, o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), viu sua base nas principais redes aumentarem em 164 mil até 20 de outubro. Segundo o Datafolha, Boulos acumula também a maior taxa de intenção de votos dentre os jovens, tendo cerca de 27% das intenções de voto dentro dessa faixa etária. Ele passou Celso Russomano, tendo crescido dez pontos percentuais desde o penúltimo levantamento revelado no dia 8 de outubro. Hoje, o candidato acumula 14% das intenções gerais de voto.
Bruno Covas - Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
Quando se diz respeito de Bruno Covas, o atual prefeito está liderando com 23% de intenções de votos, nas pesquisas feita pela Datafolha nos dias 20 e 21 de outubro. O atual prefeito de São Paulo teve uma crescente considerável nos conteúdos postados em suas mídias sociais como Facebook, Instagram e Twitter. O mesmo disse recentemente em uma de suas plataformas digitais que agora em época de campanhas políticas, ele está sendo auxiliado a manejar suas redes por terceiros. Bruno Covas não se limita para apenas um método, muito pelo contrário, além de estar muito engajado com campanhas midiáticas, o atual prefeito também é o candidato que mais utilizou de verba pública para suas campanhas, são cerca de 5,3 milhões. Covas traz consigo uma grande quantidade de eleitores, já que em 2011 foi eleito deputado estadual com mais votos. E em 2014 concorrendo deputado federal, também foi eleito, e desta vez com mais votos a favor em relação a seu partido.
Segue em crescente: Artur do Val (Patriotas)
Artur do Val, também conhecido pelo pseudônimo "MamãeFalei", veio a ficar conhecido, de fato, no ano de 2015, época em que se agravaram os protestos contra a ex-presidente Dilma Rousseff. O candidato despontou como uma das principais lideranças do chamado Movimento Brasil Livre (MBL). Posteriormente, acabou se tornando deputado estadual no ano de 2018. Durante as eleições de 2018, junto com seu movimento, foi apoiador na candidatura no atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, que na época ainda exercia mandato como deputado federal. Hoje, porém, é crítico ao atual governo. O candidato tem tomado destaque principalmente através das redes sociais. Seu canal no Youtube, nomeado como "Mamãe Falei", nome pelo qual ficou conhecido, costumava abordar temas políticos e ter debates polêmicos. Em um dos últimos vídeos postados, ele fala sobre "como ganhar eleição sem grana", abordando um "treinamento apartidário e direcionado para estratégias de campanha", para vencer em uma possível candidatura sem muitos recursos financeiros e apostando em abordagens dentro da web.
Celso Russomano - Partido Republicanos
O atual concorrente a corrida eleitoral para a prefeitura de São Paulo, é um repórter especializado em defesa do consumidor, piloto de avião e político brasileiro, filiado ao Republicanos. Enfrentando uma tendência de queda nas intenções de voto na corrida à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) está precisando concentrar sua campanha no combate a fantasmas do passado. Nesta terça-feira (27/10), o candidato, que disputa o primeiro lugar nas pesquisas com o tucano Bruno Covas, usou seu horário obrigatório no rádio e na TV, além das redes sociais, para dizer que não é contra os aplicativos de transporte como o Uber e que conta com o apoio do sindicato da categoria. “Gente, eu sou a favor do Uber. Quem disser o contrário é fake News, é mentira”, garantiu Russomanno em todas as mídias. Candidato a prefeito de São Paulo pela terceira vez, Russomanno vinha liderando as pesquisas desde a pré-campanha, mas foi ultrapassado por Bruno Covas dentro da margem de erro segundo pesquisa do instituto Datafolha divulgada na quinta-feira (22/10). Apesar do empate técnico, Covas agora tem 23%, contra 20% do adversário. Com 14%, Guilherme Boulos (PSOL) também incomoda Russomanno. Vale destacar que sua influência na população de baixa renda, se deu muito mais por seu programa transmitido em uma emissora de TV, que visa defender a essa parcela da população a ter seus direitos garantidos, seguindo o código de defesa do consumidor. Façamos uma breve analise sobre a forma atual na sua abordagem em comunicar-se com os eleitores paulistas. 2016 - Nas campanhas passadas, declarações incômodas – como as críticas ao Uber – ajudaram a derrubar seu apoio inicial, movimento que a campanha tenta evitar desta vez. Hoje com uma fala mais branda, o candidato prometeu ainda fazer um cadastro de motoristas de aplicativos e limitar a atuação àqueles que tiverem placas do município de São Paulo. 2020 - O candidato disse que os moradores de rua “talvez tenham mais resistência” porque, apesar de não tomarem banho com frequência segundo ele, não são mais acometidos pelo coronavírus do que a população em geral. “Talvez eles sejam mais resistentes do que a gente, porque eles convivem o tempo todo nas ruas, não têm como tomar banho todos os dias etc.”, completou.
Joice Hasselmann - Partido Social Liberal (PSL)
Não poderia ficar de fora a 04, como foi chamada pelo presidente da república, Jair Bolsonaro, na campanha de 2018. A candidata mais votada da história para ocupar uma cadeira na câmara, seguia piamente a cartilha bolsonarista, além de ser uma aliada enfática, quando o assunto era defender as pautas do projeto de governo, do até então atual presidente da república. Em sua campanha, foram inúmeras lives realizadas em suas redes sociais, ao total 55 mil Twittes, três a quatro postagens de vídeos por dia em seu canal no youtube. Uma verdadeira chuva de gritos por, Joice/Moro/Mito – um verdadeiro conjunto de jargões misturadas com alianças; Hoje podemos acompanhar a mudança no comportamento da deputada, que enfrenta uma luta para se assentar na cadeira da prefeitura da cidade de São Paulo. Apoiou o atual governador, Joao Dória, em sua campana para o governo do estado. Hoje essa aliança foi desfeita. Rompeu com o “capitão mito” Jair Bolsonaro, por embates com os seus filhos; a famosa guerra por poder, controle e digamos mais, domínio por mais território dentro do congresso. Nas últimas pesquisas realizadas pela data folha - Joice Hasselmann tem 3% nas intenções de voto. Fato esse, que foi possível contemplar nas eleições presidenciais de 2018, quando o Messias Bolsonaro perderia para seus oponentes. Será que veremos tal ato se repetir? Vamos aguardar. A certeza é, temos candidatos esvaindo-se dos debates de ideias e propostas, para dialogar através de suas redes com seus respectivos eleitores ou possíveis novos eleitores. Estamos diante de um novo método para se fazer campanhas políticas, um formato que vem sendo utilizado de forma mais consistente e pesada, com o uso das redes sociais. As pessoas estão cada vez mais conectadas, seus celulares estão sempre à mão. O mundo sofre uma mudança comportamental, rápida e instantânea, no sentido tecnológico. A sede dos políticos por poder, fantasiadas de boa vontade por fazer o bem para um povo, não ficaria de fora dessa mudança. O uso das ferramentas sociais, tem sido e continuarão a ser um formato popular e poderoso, tornando os embates e combates a ficarem cada vez mais como um ringue de briga de rua, onde não á regras nem respeito com o coletivo.
Franz Kafka
"Um escritor que não escreve é um monstro que corteja a insanidade"
